No New York Times do dia 30 de Maio de 2007, um artigo interessante. Trata-se do lançamento do livro “Bound Together – How Traders, Preachers Adventures , anda Warriors Shaped Globalization ( uma tradução precária e ridícula seria “Sem Fronteiras – Como comerciantes, pregadores, aventureiros e guerreiros/soldados modelaram/inventaram a Globalização). A obra é de Nayan Chanda, diretor de publicações do Yale Center for the Study of Globalization, referência no assunto. Parece que o papiro vai dar o que papear.
Mas já não se falou muito sobre isso?
De acordo com o artigo, Nayan aborda questão tão polêmica por um outro viés. Menos inteligível, mais Eduardo Bueno. Em vez de reforçar a idéia de que é capitalismo selvagem, promotora de porradas entre pobres e ricos, avultadora de dominação massificadora, anti-cristo e lobo , argumenta que esse , como dizer, “movimento” do mundo é uma expressão natural dos desejos humanos. Isso desde a época de vovó sem dentes. Diz que a globalização não é um esquema conspiratório materializado por especuladores financeiros, industriais corruptos ou pelo FMI. Mas antes um impulso tão natural quanto respirar (a drive as natural as breathing). Afirma que as motivações básicas que fizeram com que os homens se conectassem uns aos outros , o comércio, a divulgação de doutrinas religiosas, o desejo de explorar novas terras, assim como a ambição para dominar outros povos através das armas e da violência, datam de 6 mil anos antes de Cristo.
Como retórica ou linha de raciocínio, traça paralelos interessantes, arrancando semelhanças nos paradigmas entre as caravanas de comerciantes antigos e o Fedex. Ou entre comércios nas obsídias e sua própria saga em comprar um Ipod pela Internet. Percrusta séculos de exploração entre povos, de relacionamentos entre povos, conquistas, influência da moda e mostra que os já referidos pregadores (jesuítas, padres), aventureiros (bandeirantes, por que não?), soldados , foram verdadeiros agentes dessa globalização. E que existem até hoje, só que com roupas diferentes, ternos bem cortados, inglês fluente, hálito de menta e com acesso à tecnologia. Vê , por exemplo, semelhanças entre os missionários espanhóis do século 16 e os idealistas modernos que buscam por aí a justiça social e a paz entre povos, como a Anistia Internacional. Outra curiosidade tipo quizz econômico são os “vinhos gregos”, feitos pelos italianos há centenas de anos e exportados para Índia em autênticas vasilhas gregas, como uma espécie de indústria de pirataria chinesa. Made in Greek or Taiwan?
Nayan, pelo que parece, descreve esses paralelos, não os analisa. Tenta usa-los como forma de mostrar que o que acontece hoje já acontecia. Como se em uma tentativa de provar que a globalização é uma saga humana através dos tempos. O caminhar na busca de uma vida melhor e segurança para milhões de indivíduos. Na definição de um meio de sobrevivência, conhecimento, paz interior, o que seja. Que tudo, apesar do sangue, é motivado por isso e a isso motiva.
Segundo o artigo pesa bem os prós e os contras. Mas tende a uma visão otimista sobre o fato. Comenta, por exemplo, que, a despeito da alegação e do protesto contra as tarifas alfandegárias de um agricultor coreano que enfiou uma faca no peito após gritar “Morte à Organização Mundial do Comércio”, os governos vietnamitas e tailandeses, estão dando mais oportunidades e apoios para pequenos agricultores locais de arroz se firmarem. “Fazendeiros, agricultores podem se permitir enviar seus filhos para a escola e aproveitar um estilo de vida inimaginável anos atrás” – diz.
No fim, jura que a globalização é um fato humano, acima de qualquer governo ou hegemonia política. Dá uma cutucada em manifestantes de G-7s , Davos da vida, dizendo que pedir aos “líderes mundiais” pelo fim da globalização é uma ação sem sentido, já que ninguém está no comando e que ela, pelo visto, vai continuar através dos séculos, com novas roupagens.
O que eu acho disso? Isso é papo para outro texto.
Mas o que você acha disso?
E leve em consideração que, por enquanto, o livro não tem previsão para ser lançado no Brasil.
De acordo com o artigo, Nayan aborda questão tão polêmica por um outro viés. Menos inteligível, mais Eduardo Bueno. Em vez de reforçar a idéia de que é capitalismo selvagem, promotora de porradas entre pobres e ricos, avultadora de dominação massificadora, anti-cristo e lobo , argumenta que esse , como dizer, “movimento” do mundo é uma expressão natural dos desejos humanos. Isso desde a época de vovó sem dentes. Diz que a globalização não é um esquema conspiratório materializado por especuladores financeiros, industriais corruptos ou pelo FMI. Mas antes um impulso tão natural quanto respirar (a drive as natural as breathing). Afirma que as motivações básicas que fizeram com que os homens se conectassem uns aos outros , o comércio, a divulgação de doutrinas religiosas, o desejo de explorar novas terras, assim como a ambição para dominar outros povos através das armas e da violência, datam de 6 mil anos antes de Cristo.
Como retórica ou linha de raciocínio, traça paralelos interessantes, arrancando semelhanças nos paradigmas entre as caravanas de comerciantes antigos e o Fedex. Ou entre comércios nas obsídias e sua própria saga em comprar um Ipod pela Internet. Percrusta séculos de exploração entre povos, de relacionamentos entre povos, conquistas, influência da moda e mostra que os já referidos pregadores (jesuítas, padres), aventureiros (bandeirantes, por que não?), soldados , foram verdadeiros agentes dessa globalização. E que existem até hoje, só que com roupas diferentes, ternos bem cortados, inglês fluente, hálito de menta e com acesso à tecnologia. Vê , por exemplo, semelhanças entre os missionários espanhóis do século 16 e os idealistas modernos que buscam por aí a justiça social e a paz entre povos, como a Anistia Internacional. Outra curiosidade tipo quizz econômico são os “vinhos gregos”, feitos pelos italianos há centenas de anos e exportados para Índia em autênticas vasilhas gregas, como uma espécie de indústria de pirataria chinesa. Made in Greek or Taiwan?
Nayan, pelo que parece, descreve esses paralelos, não os analisa. Tenta usa-los como forma de mostrar que o que acontece hoje já acontecia. Como se em uma tentativa de provar que a globalização é uma saga humana através dos tempos. O caminhar na busca de uma vida melhor e segurança para milhões de indivíduos. Na definição de um meio de sobrevivência, conhecimento, paz interior, o que seja. Que tudo, apesar do sangue, é motivado por isso e a isso motiva.
Segundo o artigo pesa bem os prós e os contras. Mas tende a uma visão otimista sobre o fato. Comenta, por exemplo, que, a despeito da alegação e do protesto contra as tarifas alfandegárias de um agricultor coreano que enfiou uma faca no peito após gritar “Morte à Organização Mundial do Comércio”, os governos vietnamitas e tailandeses, estão dando mais oportunidades e apoios para pequenos agricultores locais de arroz se firmarem. “Fazendeiros, agricultores podem se permitir enviar seus filhos para a escola e aproveitar um estilo de vida inimaginável anos atrás” – diz.
No fim, jura que a globalização é um fato humano, acima de qualquer governo ou hegemonia política. Dá uma cutucada em manifestantes de G-7s , Davos da vida, dizendo que pedir aos “líderes mundiais” pelo fim da globalização é uma ação sem sentido, já que ninguém está no comando e que ela, pelo visto, vai continuar através dos séculos, com novas roupagens.
O que eu acho disso? Isso é papo para outro texto.
Mas o que você acha disso?
E leve em consideração que, por enquanto, o livro não tem previsão para ser lançado no Brasil.
Veja o artigo aqui
por Bruno Moreno