terça-feira, 10 de julho de 2007

Filosofia à machadada

Por Fânia Rodrigues

A filosofia a machadada é uma forma de se chegar ao conhecimento através de uma espécie de tratamento de choque, que na maioria das vezes dá certo.
São como gotas de “verdade” que parece serem injetadas direto na veia de uma forma que você, mesmo não querendo, jamais vai ser o mesmo, nem olhar o mundo da mesma forma depois de, por exemplo, ler um livro de Friedrich Nietzsche.

Embora o escritor alemão apresentasse algumas anomalias mentais e mais tarde considerado pela psicanálise mentalmente perturbado, é bem verdade que suas idéias influenciaram radicalmente o pensamento da filosofia moderna. É leitura obrigatória para quem quer conhecer o pensamento crítico.

Segundo Éramos Rotterdam, autor de Elogio da Loucura, considerado um dos 100 livros que mais influenciaram a humanidade, existe uma ligação muito íntima entre a loucura e a genialidade.

Lombroso, um médico italiano, do século 18, que ficou mundialmente famoso por seus estudos e teorias no campo da relação entre características físicas e mentais, também estabeleceu um paralelo entre o gênio e a loucura.

Mais tarde o assunto foi mais profundamente estudo por médicos e psicanalistas e até Freud se interessou pelo tema. Uma rápida visita aos livros de história nos mostra como é estreita a linha que separa a genialidade da loucura.

Muitos lampejos geniais foram a princípio recriminados como produto de um cérebro doentio. Hoje, porém, ninguém mais duvida da saúde psíquica de tais personalidades, como Darwin (teoria da evolução) e Van Gogh.

Mas com loucura ou sem loucura devo dizer que Nietzsche merece ser lido pelo menos, para dizer (se for o caso) que não concorda com uma vírgula do ele escreveu, mas pra isso uma pessoa vai ter que ter lido uma porção de coisas, porque tem que saber o que está lendo e não apenas dizer se é bom ou ruim, mas como e porque você chegou a essa conclusão.