Acho ridículo esses textos bonitinhos e curtinhos de blog. Mas, puta, tenho que fazer um. Parece coisa de mulher. Por isso, e dessa maneira, vou escrever algumas coisas fofas de coisas aqui na Argentina. Tudo pelo Ibope!
1. Sabe aquele galão de água de 5 litros que tem água fria e quente. Aqui tem água fria e fervendo! É para a galera tomar um mate ou um chá. Queimei a boca outro dia achando que ia mornar a água. Olha, que fofinho.
2. Sabe as moedas que sempre queremos jogar fora no Brasil? Pois é, aqui neguinho vende a mãe por moeda. É que o ônibus só aceita essa merda. Nem adianta desenrolar com motorista. Sem moeda, vai à pé, parceiro.
3. As crianças são mini adultos: cabelos com cortes radicais, nextel (pi pí, pi pí), maquiagem e até um ar blazé incipiente. Dá medo.
4. Aqui o cú doce feminino se chama histeriquio. Mas, ao contrário do Brasil, onde o cú doce é só um teatro sem sentido pré-coito, aqui as nenas levam a sério o esporte. Podem amar o maluco, mas vão dificultar a situação até a última ponta. O cara tem que "remar".Por isso os argentinos, embora bem-apessoados, são todos meio manés nesse sentido (ah, e por consequencia, tarados psy que não podem ver mulher na rua). Não fodem, cara. Não fodem.
5. Aqui não há o funk, nem o pagode, nem o forró , nem a lambada, mas existe algo que congrega tudo isso em um ritmo só: a CUMBIA. Se você olhar um prêibói num carrão preto e todo filmado, com som alto. Pode crer que é cumbia. É som de branco, de villero (som de preto, de favelado), pero cuando toca nadie queda parado. Outro dia os semi-bombados da minha academia começaram a rebolar quando tocou cumbia (e acharam super masculino). Cara, é uma coisa meio eletrônica meio reggaetom, meio Calypso, meio Trinere (lembram da trinere? é assim que se escreve?).
6. As refeições não são completas. Quer dizer, para eles são. Para mim, uma carne e um arroz não é refeição. E ficam escandalizados quando eu falo que almoço tem que ter verdura, farofa (ah, intraduzível), feijão, suco (deus, como sinto falta de um suco e de um açaí). Estão em guerra, caralho? Falta comida? Então taca o dedo nessa porra, 02!
7. Em compensação não há nada como as empanadas e o doce de leite daqui. Nada. Se eu pudesse, comia isso todo dia.
8. Brasileiros são amados aqui. Até eu, que sou preto. No entanto (e vou escrever um texto sério sobre isso essa semana), aumenta a xenofobia contra bolivianos, peruanos e paraguaios. A parada é séria. É como a presença nordestina em favelas cariocas. É como a reação edmundiana que os prêis têm para com os paraíbas. Ops.
9. Aqui é o segundo lugar do mundo com mais chinês, além do Japão. Estou andando por Belgrano. De repente me vejo em um cenário do filme Os Aventureiros do Bairro Proibido (clássico da sessão da tarde com Kurt Russel no papel do caminhoneiro Jack Burton). Além de homens que soltam raios azuis pelas mãos , lá você pode encontrar galões , ou melhor, piscinas de até 20 litros de molho shoyu!!!
10. Cachorros. Acho que isso é famoso. Acho que há uma seita secreta que cultua os cães aqui. Ou eles estão comendo o mesmo arroz dos chineses. Porque estão por toda a parte. Vou comprar um queijo, numa rotisserie maneira: tem um labrador pretão na porta olhando pra minha cara. Está sempre ali. Outro dia jurei que ele me disse que o roquefort havia acabado. Vou na imigração. Cara, na imigração! Repartição pública! O que vejo? Um cachorro debaixo das pernas da atendente. Vou cortar o cabelo. Quem está do meu lado quase lendo jornal e falando de mulher e futebol com o barbeiro? Um boxer. E os passeadores já viraram atração turística. São artistas. Acho que deve ter uma faculdade de passeadores de cães aqui. Porque é só com 4 anos de estudo que se aprende a levar 45 bichos na coleira, em harmonia, desviando de carros, bicicletas, pedestres e, o mais difícil, de chineses.
domingo, 16 de dezembro de 2007
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2 comentários:
Adorei o seu estilo de escrever!
Parabéns! Muito bom mesmo.
hahahaha, lembrei muito de você agora. Parecia que eu estava em um bar te ouvindo falar. Volta Negão!!!
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