A secretaria de meio ambiente argentina fechou uma refinaria da Shell. A ação faz parte de um projeto de despoluição do Riachuelo, um dos rios que limita a área de Buenos Aires e que é considerado um dos mais poluídos do país.
O relatório da secretaria indica sérias irregularidades na planta da empresa, infiltrações de material combustível em depósitos , assim como acusa a Shell de retirar , sem autorização, cerca 430 milhões de litros de água do Rio da Prata. A notícia se junta a uma briga antiga entre a multinacional e o governo argentino. Já faz alguns meses que o secretário de comércio , Guillermo Moreno, acusa a petrolífera de desabastecimento deliberado de gasolina . Inclusive o presidente Kirscher, em agosto desse ano, chegou a pedir à justiça a prisão de alguns executivos da corporação. A Shell diz que , em auditorias privadas, não foram encontradas tais irregularidades.
O ponto aqui é mostrar como o Estado ainda pode (e, minha opinião, deve) fiscalizar as multinacionais. No Brasil, essas empresas são quase intocáveis. A nova falocracia das marcas vira um bundalelê de turista excitado na zona tupiniquim.
Não se tem notícia de multas ou ações tão peremptórias como a que o governo argentino realizou. Não houve a barganha "sem nós-sem empregos" que aqui existe. Se polui, se está irregular, se usa a água inadequadamente e não abastece os postos, está fora da lei e contra o povo. É isso. Zéfiní. Ridículo cair na ladainha da Shell de que "auditorias privadas" (lê-se conchavos promíscuos e relatórios mentirosos) não detectaram nada. No Brasil, o conto do vigário vira fato, que vira regra, que vira doutrina e, passado alguns anos, fé.
Um comentário:
concordo em gênero, número e grau...
a fiscalização deveria ser muito mais eficaz e criteriosa...
O que acontece hoje são apenas escapulidas burocráticas ...
beijos!
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