sábado, 2 de junho de 2007

Bobeou, tá na Net!




Referências ao conceito de “Big Brother” já foram feitas aos milhares. Esse panótico voyeurismo dos nossos dias, tendo como exemplo máximo o programa televisivo homônimo. Mas parece que isso vai ficar pra trás. O que começou como diversão , uma versão via satélite de “Onde está Wally?” pode estar se transformando na real e irreversível resultado do fim da relação tempo-espaço, do ideal vigilante da maquinaria de Foucault , da morte da privacidade como alguns estudiosos já apontaram com mais profundidade. Sem julgamentos, fellas. Fato é que uma reportagem americana dessa semana mostra isso muito bem.

A californiana Mary Kalin-Casey tomou um susto dia desses. Ao dar uma verificada em seu próprio endereço , usando um dos serviços do Google Map, chamado Street View, viu uma imagem muito próxima da sua casa. Aproximou mais ainda e pôde enxergar nada mais nada menos que a sua gata de estimação no parapeito da janela. “É uma discussão entre tirar fotos publicamente e bisbilhotar onde as pessoas vivem. Daqui a pouco vão mostrar os livros da minha estante.”

Mary Kalin então botou a boca no trombone, deu entrevistas, reclamou em blogs e a discussão tomou vulto nos Eua. O Street View vem nesse conceito interativo onde pode-se tirar fotos dos lugares para que seja colocado no Google Maps, que ainda não tem (ou não quer mostrar) um foco tão próximo assim das coisas. Artistas usam para mostrar suas pinturas em muros. Sites e blogs elegem as melhores fotos. Além disso, grandes empresas fazem esse serviço de captação 360 graus, como a Immersive Media. O Google alega que só permite fotos feitas em locais públicos e que as pessoas que sentirem que a privacidade foi ameaçada podem pedir para excluir as imagens. As empresas dizem que a lei as protege quando os registros são feitos em locais públicos. Algumas outras pessoas falam que esse discurso é exagero da senhora Mary Kalin cujo nome , colocado no mesmo Google por exemplo, mostra muita coisa sobre sua vida (que gerencia apartamentos, que foi editora de um site sobre filmes etc).

Outros exemplos acenderam ainda mais a polêmica. Na mesma semana uma foto de duas meninas tomando banho de sol de biquíni no campus de uma universidade na Califórnia, um homem entrando numa dessas boates eróticas e outro, não-identificado ,comprando revistas pornográficas foram campeões de audiência.

Dê uma olhada na matéria completa: aqui


Por Bruno Moreno

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