quinta-feira, 17 de julho de 2008

Bizarra é a história


Ontem vi um rapaz engraçado falar na TV. É um bonachão chamado Daniel Riera, jornalista e que está lançando um guia inusitado da cidade: Buenos Aires Bizarro. Como já disse, é como um guia de coisas portenhas inusitadas, desde construções, passando por personagens peculiares e intervenções urbanas feitas pelas pessoas. O formato é uma foto e uma pequena reportagem, contando a história da bizarrice.

É legal porque uma cidade ela é feita dessa história. Por onde se anda uma pessoa, já andou gente que mudou o mundo, já teve sangue derramado, luta, choro, superação. Além disso, a cidade é , fisicamente, onde culmina e se torna aparente as mudanças sociais, intelectuais e internas. Como o tempo passa, às vezes temos que aprender a ler entre os vestígios e o não tão aparente para entendermos em que ovos pisamos.

Bem, no livro você vai encontrar alguns lugares das batalhas pela independência argentina (que não se deram necessariamente no Centro) , um percurso "turístico" pelos prédios que já abrigaram crimes sangrentos, violentos e conhecidos, além de uma mulher que , por conta própria, cuida do túmulo da cantora de cumbia e lenda Gilda, e lê as cartas deixadas pelos fãs para ele e sua família (morta num acidente com ela) e diz se comunicar com a artista. Há coisas bem engraçadas como o monumento nosense ao "dedo gordo", isso mesmo, ao dedo gordo, um museu destinado a homenagear um único barrabrava (torcedor violento de torcida organizada) e uma esquina das ruas Rafael Hernández com a rua...ops, Rafael Hernández (perto do River). Tem até uma referência à Igreja Universal gigante que tem Abasto. Na verdade, e isso eu descobri ontem, o gigante é só fachada (meu deus!), o prédio atrás dela está vazio.

Essa idéia não é nova e parece que foi realizada em outras cidades como Santiago, Bogotá e Lima.
Serve pra incentivar meu próprio passeio turístico bizarro pela cidade. E eu já tenho dois lugares pra ir: a casa onde o Che Guevara passou a adolescência-fase adulta e o trajeto do massacre de operários por parte do governo em 1919 ali pertinho em Villa Crespo, perto do cemitério de Chacaritas, conhecida como a Semana Trágica e que mudou muita coisa no país.

Um comentário:

Túlio disse...

aqui em Almagro tem um lugar onde mataram uns 3 caras e tem uma plaquinha sobre isso no chão. é na av. corrientes... bizarrrrreeeee