sexta-feira, 18 de abril de 2008

HUMO A TOQUIO



Buenos Aires vive as questões do mundo. Físico, digo. Não sei se é conjunção de espíritos ou encarnações anteriores, mas sempre há algo relacionado com o tempo, com a colheita, com a pedra e o pau. Depois de sairmos (talvez, ainda estão negociando) de uma crise entre campo e governo, quando as prateleiras ficaram vazias mesmo havendo comida, entramos agora no período do humo nos pulmões. Não é a charmosa fog londrina, nem a maresística carioca, tampouco a fria de petrópolis. É uma fumaça que infesta toda a cidade, incrivelmente. Coisa de filme, o ataque da fumaça ninja, os anti-bronquíolos atômicos. A qualquer hora vai descer um ET dizendo que havia substâncias químicas nocivas na fumaça e todos os portenhos estão prestes a morrer ou virarem fumaça.

Aeroportos fechados, estradas com barricadas policiais, algumas aulas foram suspensas, ao obelisco não se vê. Tudo porque estão queimando pasto no Delta, para arar a terra de uma forma econômica e perigosa. E aí o Et volta, coloca a Cristina contra o campo novamente ("irresponsáveis"), mata gente em acidentes nas estradas porque não viam nada, queima os olhos argentinos para nada verem e diz sarcasticamente que o capitalismo é um vírus alienígena criado há alguns anos para acabar com natureza e, consequentemente (mas não obviamente, parece) com o homem.

Já estão organizando aqui na Praça de Maio o incensorolazzo e o marijuanazzo, para dar uma aliviada nos pulmões e na mente.

O que quero lhe dizer...é que a coisa aqui tá preta.

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