Lenny Kravitz é um artista que, apesar de ter a imagem extremamente associada ao vazio fuxiquê do showbiz, ainda vota na arte.
Embora tenha escorregado num romantismo pop e sem sentido nos últimos anos, sempre deixa o sangue musical aparecer esporadicamente. Seja em faixas excelentes perdidas em discos mortos ou na busca real e válida por sua identidade artística.
Esse ano lançou mais um disco (It's time for a love Revolution) e , parece, respirou e voltou a fazer música. O álbum tem boas levadas de rock, um romantismo comedido nos arranjos e o pulso que o fez surgir na cena.
É interessante, porque Lenny é um mosaico muito bom de outros artistas. Nao é uma cópia mal-feita. Pelo contrário.
Então, para quem quer entender o cara, a sugestão é escutar:
Commodores: no romantismo e na incrível semelhança de algumas músicas, como Sliperry when Wet (essa é inacreditavelmente Kravitz há 30 anos).
Jimi Hendrix: na guitarra incipiente, num princípio de admiração pela distorção.
Prince: pela referência estética, pelo bissexualismo atraente, pelos vocais iguais.
Stevie Wonder: pelo multi-artista que toca e arranja tudo, pelos vocais e agressividade em algumas músicas (da fase mais política do stevie).
E os brancos nessa influência?
Bem, ao que ainda consta, Lenny continua preto.
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