terça-feira, 24 de junho de 2008

CARPINHAS PAZ E AMOR


Notas de um dia interessante sobre os cascudinhos das carpas na Praca de Maio.


  • Clarin e La Nación querem muito criar um clima de tensao e sangue com essa questao do Congreso estar debatendo as rentencoes do campo. É o momento exato e clássico em que o jornalismo tem que respirar e deixar de atropelar palavras e teorias catastróficas. É a hora que tem que dizer para acabar a palhacadinha de certos e errados. De parar de reclamar democracia e fazer por ela. Como disse agora pouco uma congressita: "Me perdoe a emocao com que estou falando (realmente emocionada). Mas temos que separar aqui debate de discurso. Temos que perceber que nao estamos de lados opostos. Isso nao é um Boca e River. Ouco falar em democracia, mas vejo autoritarismo por parte do governo e por nossa parte, ao falar apenas de dinheiro e taxas. A ditadura nao nos tirou a confianca na democracia, mas a confianca de sermos cidadaos". Calei depois dessa.


  • Ninguém deu muita trela, mas foi impagável os manifestantes kirchneristas e pró-campo jogando uma pelada de rugby em frente a Casa Rosada. O esporte do contato físico, da forca, da ascendencia sobre o outro, se reverteu numa forma simbólica e fofinha de dizer que ninguém quer confusao e que a hora é de diálogo. Assim como foi impagável o CQC de ontem colocando o ministro do transporte e o presidente do sindicato dos taxistas, dentro do táxi deste último, discutindo o assunto dos cascudinhos das faixas exclusivas.



  • Fiquei escutando as posicoes no Congresso e acho genial o fato de que ele volte a ser um espaco de real discussao das leis e nao um apendice político do Executivo. Além disso, percebi o cuidado de cada congressita em mostrar serenidade e reconhecerem que a discussao é difícil e que nao adianta brigar. Nas vezes que se excederam, os políticos pediram desculpas. Embora muita coisa se resolva nos bastidores, o "evento" que se tornou o diálogo televisivo, é um avanco democrático inegável. Acontece que, em uma chamada de break e após exposicoes bem calmas dos legisladores, a apresentadora do TN diz: "Vamos para um intervalo e já voltamos para essa tensa e acalorada discussao". Foi como se falasse ao ver dois meninos de 5 anos brigando: "Já voltamos com essa briga perigosa, de músculos exacerbados e golpes titânicos e violentos. Fiquem em suas casas. A polícia está chegando para apartar".



  • Na frente do Congresso, os apoiantes de cada visao ficavam se explicando um para o outro. A reedicao moderna da Ágora grega. Pelo menos como um espaco de debates.



  • Dizem que o pessoal do campo ganhou a pelada do rugby por dois tries a favor.

2 comentários:

Circo Golondrina disse...

Caraca, se é sempre assim troco fácil a Maria Laura Santillan pelo seu blog hein huahuahua.
Beso!

Anônimo disse...

Oi! Bruno, sou o Zé Luis.
Eu sou "Licenciado en Comunciación" e desde que o conflito do campo começou é evidenta a fome de sangue dos jornalistas, mas sempre o pior foi o TN e os jornais do 13.
Mas eles sempre têm aquele tom de dar medo, nao importa a notícia, sempre é algo "polémico, muy fuerte, muy acalorado, etc." não importa se eles estão mostrando un bebê dormindo, mesmo assim eles vão querer sangue!